semeada e os criadores de pássaros
projeto comunitário em cena
projeto comunitário de intervenção no espaço públicotodos os públicos . 01h00
Nascem de muitas mãos, mãos que mexem, mãos que tocam, mãos que seguram, agarram e prendem, mãos que dizem adeus, … mãos que acariciam. Quando muitas mãos se juntam temos muitos braços, muitos abraços, braços que se abrem como asas que planam para voar.
Os pássaros são símbolos da liberdade, conquistam os céus, anunciam a primavera, mas também são aprisionados, agarrados e impedidos de voar. Os pássaros prisioneiros deixam de cantar assim como os homens.
Entre a terra e o céu, entre o alimento e a liberdade de voo, entre o voo solitário e o bando, existe algo comum aos pássaros e às gentes.
E quando semeamos o campo, logo os pássaros aparecem.
O património que integra a identidade imaterial de muitas das memórias cativas nos nomes das regiões, das crenças e das lendas, lança um desafio interpretativo para uma observação poética sobre a identidade de um território.
A fauna e a flora de um local revelam características fundamentais de muitas que são aquelas as celebrações da região. Os pássaros estão ligados a uma plena simbologia de crenças. Os pássaros que pelas suas características físicas, pela sua sonoridade criaram um imaginário a si associado de grande interesse pela força que em si carrega. Algumas lendas contam que quando uma pessoa morre, um corvo carrega a sua alma até o paraíso.
Esta criação evoca um universo lendário para criar uma figura simbólica que se embrenha no misticismo das lendas que se correlacionam na identidade do território. Um dos pássaros, o corvo, é assim um animal que pela sua forte imagem de plumagem negra, pelo seu grasnar, pela sua inteligência e associado a um certo receio, como se do bem e do mal se pudesse conotar uma criatura, se estrutura uma ordem e um caos nesta necessidade humana. Esta criação pretende criar uma relação entre o bem e o mal, através de uma personagem que utiliza uma relação forte com o mundo envolvente.
Este projeto, desenvolve uma narrativa que vai buscando distintas histórias, narrativas, crenças associadas, medos e reflexos do homem. É uma criação profundamente visual e sonora que envolve o público, não somente como espetador, como o convoca à participação no jogo do micro e do macro que o teatro das marionetas permite.
A simbologia da fénix, um pássaro que renasce das cinzas, a pomba como símbolo de paz, os grifos como animais lendários, símbolos dos rituais de renascimento ou até em Prometeu, a águia está presente como ato de punição suprema.
ficha artística
DIREÇÃO ARTÍSTICA Clara Ribeiro, Filipa MesquitaDIREÇÃO PLÁSTICA Rúben Gomes
DIREÇÃO TÉCNICA César Cardoso
DIREÇÃO DE FORMAÇÃO Clara Ribeiro, Filipa Mesquita
TEXTO Filipa Mesquita
INTERPRETAÇÃO Clara Ribeiro, Filipa Mesquita, Joana Martins, Joaquim de Sousa, grupos locais
MARIONETAS E CENOGRAFIA Migvel Tepes, Rúben Gomes
FIGURINOS Cláudia Ribeiro
DESENHO E OPERAÇÃO DE LUZ César Cardoso
FOTOGRAFIA DE CENA Ana Filipa Rodrigues
VÍDEO Nuno Pinto
PRODUÇÃO EXECUTIVA Hélder David Duarte
PRODUÇÃO Teatro e Marionetas de Mandrágora
APOIO República Portuguesa - Cultura, DGARTES – Direção-Geral das Artes, Município de Espinho/Câmara Municipal de Espinho, Município de Gondomar, Câmara Municipal de Braga